Tendo como tema “A Mulher na Literatura”, a 16ª edição da ESMP Literária foi realizada na manhã desta sexta-feira, no auditório do Centro Cultural do Ministério Público. Membros e servidores do Ministério Público do Maranhão, escritoras e escritores das academias Maranhense de Letras (AML) e Ludovicense de Letras (ALL), além de estudantes do ensino médio do Centro Educa Mais João Francisco Lisboa, participaram da atividade.
Como palestrante, participou a escritora, professora universitária e membro da Academia Pernambucana de Letras, Luzilá Gonçalves Ferreira. Atuou como debatedora a poeta, professora da Universidade Federal do Maranhão e membro da AML, Sônia Almeida. A mediação foi feita pela promotora de justiça e membro da AML, Ana Luiza Almeida Ferro, que integra a equipe da Escola Superior do MPMA, organizadora do encontro.
Representando o procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, o subprocurador-geral de justiça para Assuntos Jurídicos, Danilo de Castro Ferreira, fez a abertura do evento, cumprimentando todas as autoridades e escritores presentes. O procurador de justiça também ressaltou o valor da literatura aos estudantes presentes. “O colégio do qual vocês fazem parte teve excelente ideia de enviar vocês aqui, porque eu sou de uma geração que não foi incentivada a ler. Tomara que vocês desenvolvam o hábito imprescindível da leitura. Aproveitem, sintam-se todos muito bem-vindos”.
Em seguida, a promotora de justiça e escritora Ana Luiza Almeida Ferro se pronunciou, em nome da ESMP, destacando o valor da literatura escrita por mulheres. “Em sociedades marcadas pelo patriarcado, a mulher foi historicamente oprimida. No momento atual, percebe-se que esse paradigma vem sendo rompido com muita luta. Em campos majoritariamente masculinos como a literatura, já é possível encontrar nomes femininos consagrados, inspiradores. Urge a queda do preconceito de gênero, mas também do racial, étnico, de crença, de origem. Por isso, é preciso que cada vez mais a literatura produzida por mulheres seja valorizada. O futuro deve trazer o equilíbrio entre o feminino e o masculino. É ilimitado o horizonte das mulheres no mundo literário”, enfatizou.
Na abertura, também se pronunciaram as poetas Laura Amélia Damous (vice-presidente da AML) e Dilercy Adler (membro da ALL e presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão).
ORIGENS
No começo de sua palestra, a escritora Luzilá Gonçalves Ferreira resgatou a memória da capitã Brites de Albuquerque que governou a capitania hereditária de Pernambuco em 1576. “Bem novinha, por volta dos 20 anos, ela atravessou o Atlântico, vindo da corte de Portugal, para governar Pernambuco. Ela veio para comandar o que chamavam de agentes de guerra e da justiça. Veio viver na mata, entre os Caetés, índios antropófagos. Fico imaginando essa mulher, sem muita experiência, tendo essa grande responsabilidade”, comentou.
A professora afirmou que, depois do nome de Brites de Albuquerque, só foi se deparar com outro nome feminino importante, quando começou a pesquisar sobre as mulheres pioneiras na literatura no Brasil e conheceu a maranhense Maria Firmina dos Reis. “Fico a imaginar essa mulher pobre, no interior, escrevendo literatura”, disse.
Sobre a importância da literatura, Luzilá Ferreira ressaltou: “O livro faz com que você entre na cabeça de alguém que tem um passado e tem domínio da língua. Você enriquece com a memória e a imaginação das pessoas. Quando falo a minha língua, já tem Camões e tantos outros. As pessoas que li e não li”, concluiu.
Do Ministério Público do Maranhão, também estiveram presentes as promotoras de justiça Cristiane Maia Lago (coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos) e Elyjeane Alves Carvalho (assessora da ESMP).
Redação: CCOM-MPMA