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13º CONGRESSO ESTADUAL DO MPMA – Painel debate importância dos diálogos interinstitucionais

Publicado em 07/12/2023 18:35 - Última atualização em 07/12/2023 20:41

Congresso foi encerrado com conferência de Raquel Dodge

Segundo dia do Congresso abordou papel do Ministério Público

O painel “Ministério Público: Desafios e Diálogos Interinstitucionais” marcou, nesta quinta-feira, 7, o segundo dia da programação do 13º Congresso Estadual do Ministério Público do Maranhão, realizado no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, no Calhau.

Antes das palestras, o Coral Vozes do MP, formado por servidores da instituição, se apresentou interpretando canções da música popular maranhense; e alunos do Centro de Ensino Educa Mais Dorilene Silva Castro fizeram uma performance em que trouxeram mensagens expostas em cartazes a respeito do tema do racismo.

Foram palestrantes no painel a procuradora de justiça Ivana Lúcia Franco Cei (do MP do Amapá), que é conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP); o promotor de justiça João Paulo Santos Schoucair (do MP da Bahia), membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e o promotor de justiça Henrique da Rosa Ziesemer (do MP de Santa Catarina). A mesa foi coordenada pela procuradora de justiça Rita de Cassia Maia Baptista e teve como debatedora a promotora de justiça Letícia Teresa Sales Freire, ambas do MPMA.

Público acompanhou exposições dos palestrantes convidados

A conferência de encerramento do congresso foi proferida pela subprocuradora-geral da República Raquel Dodge.

Na abertura, o procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, agradeceu a presença dos palestrantes e do público em geral e enalteceu a importância dos temas debatidos no Congresso.

Ivana Cei discorreu sobre as atribuições do Ministério Público previstas na Constituição Federal e os instrumentos que favorecem o modelo resolutivo de atuação, que é fundamental para evitar a judicialização, e não perder espaço como instituição.

A procuradora de justiça do Amapá defendeu a necessidade do diálogo como mecanismo para a solução dos conflitos e aprofundamento da defesa da sociedade. “O Ministério Público só existe enquanto houver democracia e para defender a sociedade. Dialogar faz parte da nossa missão institucional, sem deixarmos de continuar sendo demandistas”, apontou.

Coral Vozes do MP se apresentou na solenidade


Entre os desafios que devem ser enfrentados pelo Ministério Público para o alcance da resolutividade, Ivana Cei citou, entre outros, a ampliação da capacidade de articulação com outras instituições; a manutenção e atualização de instrumentos gerenciais para avaliar resultados e o planejamento de ações para o alcance de mudanças efetivas em favor da sociedade.

PODER INVESTIGATÓRIO DO MP

João Paulo Schoucair pontuou sua palestra com a defesa do poder investigativo do Ministério Público, como instrumento de contribuição para o combate à violência no país, e sobre a necessidade de as instituições do sistema de justiça darem respostas mais efetivas à sociedade. “Das 50 cidades mais violentas do mundo, 10 são do Brasil. Isso assusta a todos. Precisamos nos qualificar e aperfeiçoar nossa atuação, para que as investigações tenham fim e os processos sejam resolvidos com soluções definitivas”.

Shoucair expôs ainda que a questão da segurança pública é problema de todos e que, portanto, a sociedade precisa ser incluída nas discussões a respeito do tema.

Henrique da Rosa Ziesemer destacou a nova forma de atuação do MP, que busca priorizar a resolutividade. “O sistema de justiça não nos traz as respostas que esperamos. É necessário repensarmos a nossa atuação, sob pena de nos tornarmos obsoletos. A nossa importância no sistema pode ser medida pelos resultados que oferecemos para a sociedade”, ponderou.

Ao propor reflexões sobre os temas abordados no painel, a promotora de justiça Letícia Sales Freire, da Comarca de Pinheiro, citou o que denominou de crise de resolutividade, principalmente nas comarcas do interior, em que há demandas cada vez mais crescentes, e sugeriu que o Ministério Público busque conciliar resolutividade com a efetividade das políticas públicas. “Não podemos dar as costas para o cidadão, é preciso dar as mãos e atender com o devido interesse cada um que nos procura”.

RESOLUTIVIDADE

Abordando o tema “Cidadania em rede e inovações sociais”, a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge proferiu a conferência de encerramento do congresso.

Conferência de Raquel Dodge encerrou o evento

Após saudar os integrantes da mesa, a ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, fez um resgate histórico da luta pela consolidação da democracia como modelo hegemônico no Ocidente, depois da primeira e da segunda guerras mundiais, e a superação do período da Guerra Fria, com a derrubada do muro de Berlim e o fim da União Soviética.

Nesse contexto, também destacou a luta pela conquista dos direitos civis das mulheres e dos negros no século XX, em todo o mundo, e pelos direitos sociais no Brasil, o que culminou com a Constituição de 1988, na qual foi definido o papel atual do Ministério Público na defesa da democracia.

Ao longo de sua palestra, Raquel Dodge afirmou que o Ministério Público deve sempre se aperfeiçoar para garantir uma resolutividade que contemple todos os brasileiros, que garanta uma justiça justa, a diminuição das desigualdades e o aperfeiçoamento das políticas públicas. “O Ministério Público tem a ver com essa matéria-prima que é promover uma resolutividade que transforma a realidade, de um modo que em breve nos orgulhemos de dizer: somos uma sociedade em que todos nós merecemos das instituições públicas uma atenção que nos emancipa, que nos torna cidadãos melhores, com nossas liberdades afetivas, nossas crenças e com a nossa convivência baseada em um mesmo patamar de valores. Somos iguais em direitos e em dignidade”, enfatizou.

Redação e fotos: CCOM-MPMA