
A palestra “Acolher, escutar, apoiar: caminhos de prevenção” ministrada nesta terça-feira, 30, no auditório das Promotorias de Justiça da Capital marcou o encerramento das atividades do Setembro Amarelo no Ministério Público do Maranhão. A mobilização de prevenção ao suicídio e promoção da saúde mental foi direcionada a membros e servidores da instituição.
A atividade foi organizada pela Seção de Saúde Funcional e pela Escola Superior do Ministério Público do Maranhão (ESMP).
Após a apresentação do coral Vozes do MP, na abertura do evento, o procurador-geral de justiça, Danilo de Castro, destacou a necessidade de debater temáticas relacionadas ao autocuidado e à saúde mental para a prevenção do suicídio. “Precisamos ter paz para ter um bom ambiente de trabalho. É preciso cuidar das pessoas, olhar para o outro e também cuidar de nós mesmos”, refletiu.

Também se manifestaram a subprocuradora-geral de justiça para Assuntos Administrativos, Regina Maria da Costa Leite; a promotora de justiça auxiliar da Escola Superior, Maria de Jesus Heilmann; o diretor das Promotorias de Justiça da Capital, Cássius Guimarães Chai; a promotora-corregedora Sirlei Castro Aires Rodrigues; e a coordenadora da Seção de Saúde Funcional, Daniela Salomão.
Em seguida, o médico psiquiatra João Arnaud iniciou a palestra afirmando que falar de suicídio é um tabu, mas não abordar o tema é um grande problema. O Brasil é o oitavo país do mundo com maior número de suicídios.

A situação, segundo o palestrante, requer uma abordagem interdisciplinar, ou seja, deve levar em conta o contexto biopsicossocial, que considera a interação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais. José Arnaud afirmou que é comum a ideia, reforçada pelas redes sociais, de que é preciso se sentir bem o tempo todo. “Esse pensamento vai produzir sujeitos com identidades transitórias, relacionamentos passageiros, superficiais”, esclareceu.
O psiquiatra abordou, ainda, o conceito de sociedade líquida em que o homem é considerado uma mercadoria. “Nessa sociedade, o indivíduo deixa de ser sujeito para ser um consumidor e mercadoria, sendo usado e descartado”, explicou Arnaud. Ele alertou sobre a importância de cada pessoa ter cuidado com a própria vida e buscar ajuda ao sentir sofrimento psíquico.

Redação e fotos: CCOM-MPMA