O Memorial do Ministério Público do Maranhão recebeu, na manhã desta quinta-feira, 10, a visita de estudantes do Centro de Ensino João Evangelista Serra dos Santos, do bairro São Francisco. Os alunos do 1º, 2º e 3º anos do ensino médio conheceram o espaço localizado no Centro Histórico de São Luís acompanhados da professora de Língua Portuguesa Mariléia Pereira. A atividade faz parte do projeto “A Escola no Memorial do MPMA”.
Na ocasião, o promotor de justiça Samaroni de Sousa Maia, que atua na 4ª Promotoria do Tribunal do Júri, discorreu sobre o problema da violência no Brasil, na atualidade, e a respeito dos aspectos e etapas que envolvem o trabalho do promotor de justiça na acusação de pessoas envolvidas em crimes, que são levadas a julgamento pelo Tribunal do Júri.
O representante do MPMA iniciou a palestra apresentando uma pesquisa internacional na qual está registrado que no Brasil, no ano de 2015, o número de homicídios foi equivalente à soma dos assassinatos ocorridos na maior parte do mundo, no mesmo período, incluindo todos os países da América do Norte, Europa e parte da Ásia. “O valor da vida está muito diminuído em nossa sociedade. As maldades cometidas no Brasil, no momento, só ocorrem em países que estão em situação de guerra”, completou.
Em seguida, o promotor explicou as etapas de averiguação de um homicídio. Desde a investigação feita pela Delegacia de Polícia, passando pelo oferecimento formal da Denúncia pelo Ministério Público até o julgamento do acusado em Tribunal do Júri.
Samaroni Maia também abordou a apuração feita pelo promotor de justiça, antes de oferecer a Denúncia, como a análise dos laudos a respeito do crime. Além disso, esclareceu como se constitui o corpo de jurados em um Tribunal do Júri.
O membro do MPMA comentou, ainda, sobre alguns homicídios cometidos recentemente em São Luís, decorrentes da rivalidade entre facções criminosas que atuam na capital maranhense, e exemplificou outros que foram cometidos por motivos banais. “É absurda a realidade que a gente vive, com a falta de respeito à vida”.
Sobre a atuação do promotor de justiça no Tribunal do Júri, ele afirmou: “É um trabalho desafiador. Todo dia é uma situação difícil. Mas é necessário que a gente enfrente esta situação, porque a violência é mais do que uma epidemia no Brasil. A gente tem que tentar dar um basta nisso”.
CONHECIMENTO
A respeito da palestra de Samaroni Maia, o estudante Jhonny Wesley, 17, do 3º ano do ensino médio, comentou: “Foi muito interessante porque eu não conhecia o trabalho do Ministério Público nem as atribuições de um promotor de justiça”.
Opinião semelhante teve a aluna Rafaela Martins, 16, do 2º ano. “Foi uma experiência muito boa porque adquiri um conhecimento que não tinha”.
Também destacou o trabalho do MPMA, a professora Mariléia Pereira. “Esta é uma iniciativa muito louvável. A palestra foi muito esclarecedora e relevante para o momento pelo qual passamos, com os índices alarmantes de violência no Brasil. Além disso, os alunos participaram bastante, tirando dúvidas com o promotor de justiça”.
Redação e fotos: Eduardo Júlio (CCOM-MPMA)