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CAROLINA – A pedido do MPMA, água fornecida a moradores do Brejinho é analisada

Publicado em 08/07/2022 10:26 - Última atualização em 08/07/2022 10:53

Procedimento é resultante de Ação Civil Pública ajuizada em 2019; laudo será emitido em 20 dias

Equipes do MPMA e da UEMA participaram da coleta da água

Como parte de Ação Civil Pública ajuizada, em agosto de 2019, pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA) contra o Município e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Carolina, foi realizada, nesta quarta-feira, 6, pelo núcleo da Universidade Estadual do Maranhão em São Luís, a perícia de potabilidade da água fornecida aos moradores do bairro Brejinho. O prazo para emissão do laudo é 20 dias.

A análise foi solicitada pelo autor da manifestação, promotor de justiça Marco Túlio Rodrigues Lopes, após denúncias sobre a má qualidade da água disponibilizada à população local. Em abaixo-assinado ao MPMA, em julho de 2018, os moradores relataram diversos problemas de saúde, incluindo coceira, queda de cabelos, dores de barriga e diarréia.

Água coletada no bairrro Brejinho

ANÁLISES

Em maio de 2019, a Promotoria de Justiça de Carolina requereu ao núcleo da Universidade Estadual do Maranhão em Imperatriz (Uemasul) a realização de análise de potabilidade da água do poço, na qual foi constatada presença de ferro solúvel e coliformes fecais, em desacordo com os padrões mínimos permitidos pelo Ministério da Saúde.

Também recomendou ao Município interdição do poço e substituição da forma de fornecimento de água potável à população, mas as solicitações não foram cumpridas, sob alegação de erro na coleta da água para os testes.

“Além da questão da potabilidade, os moradores do bairro lidam com falta e insuficiência no fornecimento de água, sobretudo, na época mais quente do ano”, argumentou o promotor de justiça, na Ação.

Segundo um dos moradores do bairro, a localidade sofre com falta d’água e, em 90 dias, o carro-pipa abasteceu a casa dele somente duas vezes.

Perícia na agua foi solicitada pelo MPMA

LAUDOS

Um Procedimento Administrativo Investigatório instaurado pelo MPMA atestou que moradores convivem com falta permanente de água. Além disso, a água não sobe às caixas das residências, onerando contas de energia elétrica porque é necessário o uso de bombas para tal.

“É histórico o problema de fornecimento de água no bairro. Não há regularidade. O Ministério Público já solicitou a solução da questão, sem sucesso. Em especial, nos meses de estiagem, quando não há chuvas ou são insuficientes, a população passa dias sem que água chegue às torneiras”, enfatizou o representante do MPMA.

No mês de setembro de 2019, a Promotoria de Justiça de Carolina requisitou à Uemasul uma nova análise, que concluiu que a água não era adequada para consumo humano. O Município contestou o laudo, informando que o SAAE realizava análises mensais que atestavam boa qualidade da água.

Por conta da divergência dos laudos, o Poder Judiciário adiou a análise da liminar. A Promotoria requisitou nova perícia à Uemasul, que também concluiu a má qualidade da água.

A Prefeitura de Carolina contestou o novo parecer, requisitando empresa independente para outra análise.

PEDIDOS

Na ACP, o MPMA requereu que o SAAE se abstivesse de cobrar a tarifa até o fornecimento de água própria para consumo humano, sob pena de multa R$ 1 mil por inserção indevida na conta de cada consumidor do bairro.

As medidas solicitadas incluíam divulgação de cuidados necessários ao uso da água fornecida; tomada de providências para garantir abastecimento regular e contínuo de água potável; realização de perícia por órgão diferente do normalmente contratado; apresentação de projeto básico e executivo e cronograma para resolução definitiva do problema.

Outros pedidos são execução de obras e serviços e inspeção da Superintendência Estadual de Vigilância Sanitária (Suvisa) nos poços, estações de tratamento e rede de distribuição quanto à da água fornecida em todo o município de Carolina.

Redação: Adriano Rodrigues (CCOM-MPMA)