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Mais um acusado da morte do ex-prefeito de Poção de Pedras é condenado

Publicado em 24/01/2018 12:18 - Última atualização em 03/02/2022 17:47

logompPena de Walter Cantanhede foi de 18 anos de reclusão

Foi condenado a 18 anos e 8 meses de reclusão, na segunda-feira, 22, pelo 2º Tribunal do Júri de São Luís, Valter Luiz Bastos Cantanhede, o Valtinho, pelo assassinato do ex-prefeito de Poção de Pedras, Raimundo Mota da Silva, conhecido por Borges.

O crime ocorreu no dia 17 de setembro de 1992, no Conjunto Paranã, próximo ao Maiobão (Paço do Lumiar), e na época Borges estava afastado do cargo de prefeito por decisão judicial.

Segundo a denúncia do Ministério Público, que foi representado no julgamento pelo promotor de justiça Haroldo de Paiva Brito, o réu, acompanhado de Cosme José Teixeira Maciel e Rogério Furtado de Sousa – já condenados em setembro de 2017 pelo crime – sequestraram, torturaram e assassinaram a vítima a tiros, além de terem queimado e ocultado o corpo. Cosme e Rogério foram condenados, cada um, a 28 anos e 15 dias de reclusão.

Ainda de acordo com o Ministério Público, os réus cometeram o crime atendendo a ordens de Francisco de Alencar Sampaio, conhecido por Chicão (vice-prefeito de Poção de Pedras à época), e Romão Bizarrias Vilarindo (tesoureiro da prefeitura).

No ano de 2012, Francisco de Alencar Sampaio teve extinta sua punibilidade, por prescrição, quando completou com 72 anos de idade. Em 2013, foi declarada extinta a punibilidade de Romão Bizarrias, devido ao seu falecimento.

SESSÃO DO JÚRI

Na sessão do júri, presidido pelo juiz José Ribamar D´Oliveira Costa Júnior, os jurados reconheceram as circunstâncias qualificadoras de motivo torpe e simulação e condenaram o acusado por homicídio duplamente qualificado.

O magistrado decretou a prisão preventiva de Valter Cantanhede e o encaminhou ao sistema penitenciário para cumprir a pena em regime fechado.

O CRIME

Segundo a denúncia do Ministério Público, no dia 17 de setembro de 1992, por volta das 15h30, Raimundo Mota da Silva, o Borges, encontrava-se em sua residência, no Conjunto Vinhais, em São Luís, quando Rogério Furtado de Sousa chegou afirmando que iria levá-lo à presença de um “desembargador”, que providenciaria o seu retorno ao cargo de prefeito de Poção de Pedras.

Conforme o órgão ministerial, os acusados Rogério Furtado, Cosme José Teixeira e Valter Luiz Bastos foram os responsáveis pelo sequestro, tortura e pelo assassinato a tiros de Borges. Depois da morte, teriam carbonizado o corpo da vítima e ocultado o cadáver. Eles teriam agido a mando de Francisco de Alencar Sampaio, o Chicão, e Romão Bizarrias Vilarindo.

Borges e Chicão foram eleitos, respectivamente, prefeito e vice-prefeito de Poção de Pedras, para o período de janeiro de 1989 a dezembro 1992, sendo o prefeito afastado por diversas vezes pela Câmara de Vereadores ou por decisão judicial e o cargo ocupado pelo vice-prefeito.

Quando foi assassinado, Borges encontrava-se afastado e pretendia retornar, pois havia ingressado com um recurso na Justiça. A motivação do assassinato seria, de acordo com o Ministério Público, impedir o retorno de Raimundo Mota da Silva ao cargo de prefeito e efetivar Francisco de Alencar Sampaio.

Redação: CCOM-MPMA (informações do Núcleo de Comunicação do Fórum Des. Sarney Costa)