Na manhã desta quinta-feira, 21, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, foi iniciada a capacitação de professores das redes de ensino estadual e municipal sobre a Lei Maria da Penha.
A capacitação, por meio da apresentação de vídeos e palestras sobre violência doméstica, é parte da quarta edição da campanha permanente do Ministério Público do Maranhão, “Maria da Penha em ação: prevenção da violência doméstica nas instituições de ensino”. Programada para os três turnos, nesta manhã estiveram presentes 45 profissionais da educação.
Cada participante recebeu uma pasta contendo material informativo sobre a campanha, DVD que contém vídeos institucionais, cartilhas sobre a lei e edital do regulamento dos concursos de frases e vídeo de bolso.
Na abertura do evento, o promotor de justiça da Educação, Paulo Silvestre Avelar, falou sobre a importância da conscientização para o combate à violência doméstica. “Nunca é demais poder participar, ativamente, das ações contra violência e buscar propostas para erradicar esse problema”, afirmou.
O treinamento foi ministrado pela promotora de justiça especializada na Defesa da Mulher de São Luís, Selma Regina Souza Martins. Ela revelou dados sobre o índice de violência contra a mulher no Brasil e mostrou aos participantes a forma como é representada pela mídia nacional.
No Brasil, são mais de 2 milhões de mulheres espancadas por ano, sendo 175 mil por mês. De cada 100 mulheres mortas, em média 70 foram vítimas de companheiros, namorados, maridos e ex-maridos. “É o momento em que a gente apresenta a campanha, abrimos espaço para a discussão e para que os professores digam como vão trabalhar a questão nas escolas”, declarou a promotora.
A professora Vanilse Carvalho, da Unidade Integrada Odylo Costa Filho, contou que realiza projetos sociais com seus alunos. “Alguns professores menosprezam esse tipo de trabalho e se queixam de que o Estado não dá suporte”, afirma. Sobre as dificuldades para o combate à violência doméstica, ela diz que busca incentivar os alunos a superarem seus problemas em casa e na escola, mostrando-lhes uma realidade diferente da que eles vivem.
Kionara Botão, professora do Centro Educacional Professor Ignácio Rangel, falou sobre a importância de levar a campanha às instituições de ensino. “A gente observa que as crianças são erotizadas desde cedo. As meninas exploram o corpo e devem ter consciência de que isso não é diversão, a mídia impõe esse padrão de comportamento”.
Redação: Lorena Araújo (CCOM-MPMA)
Fotos: Carolina Prazeres (CCOM-MPMA)