
O promotor de Justiça da Saúde, Herberth Costa Figueiredo, reuniu-se, na manhã de sexta-feira, 30, na sede das Promotorias da capital (Cohama), com diretores e representantes do Hospital Universitário, Hospital da Criança, Maternidade Marly Sarney, Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, Advocacia Geral da União, entre outros, com o objetivo de solucionar o problema da superlotação dos hospitais públicos especializados no atendimento de crianças na capital, o que vem ocasionando a falta de leitos e o estresse dos profissionais da saúde.
Durante a reunião, ficou acordado que, no prazo de 90 dias, o município de São Luís terá que construir 10 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal e oito leitos de Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) no Hospital Santa Casa (Centro), cuja reforma já está programada. A prefeitura deverá ainda criar seis leitos de UCI no Hospital da Criança. O Estado do Maranhão deverá ativar 10 leitos pediátricos de UTI no Hospital Infantil Juvêncio Mattos.
Uma nova reunião, ainda sem data definida, deverá ocorrer na próxima semana, desta vez na sede do Ministério Público Federal, para decidir se o Materno Infantil, cuja gerência é Federal, volte a fazer atendimentos de emergência, durante os 90 dias, enquanto os demais hospitais fazem as devidas adaptações exigidas. O município e o estado solicitam que o Hospital Materno Infantil reative cinco leitos de UTI neonatal atualmente desativados. Em contrapartida, a direção do referido estabelecimento pediu que a prefeitura e o estado emprestem os profissionais para possibilitar a reativação.
Participaram da audiência o procurador da república federal da Advocacia Geral da União, José Rinaldo Maia; o secretário municipal de saúde Gutemberg Araújo; o diretor geral da Maternidade Marly Sarney, Frederico Barbosa; o diretor clínico da Marly Sarney, Aristides Bittencourt; a diretora-geral do Hospital da Criança, Luciana Costa; e o diretor-geral do Hospital Universitário, Vinícius Nina. Também estiveram presentes as representantes da Secretaria de Estado da Saúde, Denise Alves Pinheiro Freitas e Silvia Leite; e as representantes da Secretaria Municipal de Saúde, Marina Sousa e Geovana Carneiro, entre outros.
ENTENDA O CASO
Desde o mês de maio, a questão da falta de leitos nas maternidades e nos hospitais públicos para crianças de São Luís agravou-se depois que o Hospital Materno Infantil, que pertence ao Hospital Universitário, coordenado pela Universidade Federal do Maranhão, fechou o atendimento emergencial, o que ocasionou a superlotação das demais unidades públicas. O problema maior se refere ao atendimento de bebês recém-nascidos, prematuros e em fase de amamentação.
Em razão da inviabilidade das condições de trabalho, na próxima quarta-feira, dia 4 de agosto, os profissionais do Hospital da Criança, localizado no bairro da Alemanha e coordenado pelo município, prometeram realizar uma paralisação, caso o problema não for amenizado ou solucionado. O hospital é especializado somente no atendimento a bebês com mais de 28 dias de vida, mas recentemente teve que receber crianças recém-nascidas e prematuras.
Outro fator que contribui para agravar a situação são as crianças que chegam diariamente do interior, sem nenhum contato prévio, para serem atendidas de forma emergencial, porque na maioria das demais cidades do Maranhão não existem unidades de saúde equipadas e capacitadas para atendimentos mais complexos.
“Atualmente, o Hospital da Criança funciona como um hospital de guerra. A situação é dificílima. Estamos fazendo um esforço sobrehumano para resolver os problemas”, disse o secretário municipal da Saúde, Gutemberg Araújo.