Os promotores de Justiça Esdras Liberalino Soares Júnior e Gilberto Câmara França Júnior, lotados na Comarca de Codó, participaram de mais de três horas de negociação com cerca de 50 presos rebelados em uma das delegacias do município. Os detentos quebraram as grades das três celas e só não fugiram porque a Polícia Militar cercou o prédio rapidamente. O motim começou às 11h30 da terça-feira, 9, e só às 15h30 a situação foi contornada. Com todas as celas destruídas, os detentos foram transferidos para as delegacias de Caxias, Coroatá e São Luís.
Segundo relatos do promotor Esdras Liberalino Soares Júnior, os presos serraram as grades de todas as celas e se amotinaram no corredor, chegando a fazer buracos nas paredes. “A PM evitou a fuga em massa, cercando todo o prédio. Logo em seguida, fomos chamados para iniciar as negociações”, relatou. Os presos pediram aos membros do Ministério Público a garantia de integridade física, transferência para comarcas vizinhas, melhorias na qualidade da alimentação, ampliação do horário de visitas e banho de sol, reforma nas celas e o envio dos detentos já condenados para cumprirem pena nos presídios do estado.
Dos 50 presos detidos na delegacia, cerca da metade já foi a julgamento. O Ministério Público Estadual oficiou à juíza da comarca pedido de transferência dos presos para o sistema prisional. “Também acionamos a direção da Secretaria de Segurança Cidadã (Sesec) para solucionar o problema. Aqui os presos condenados perdem benefícios. Cadeia não é lugar de cumprir pena”, completou.
Os promotores aguardam um relatório dos delegados da cidade com a situação estrutural do prédio, que comporta as quatro delegacias de Codó, a relação nominal e a situação judicial dos presos. O material será incluído num dossiê sobre o caso.