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Promotora de Justiça concorre à vaga na Academia Maranhense de Letras

Publicado em 27/04/2011 06:11 - Última atualização em 03/02/2022 16:35

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A promotora de Justiça e escritora Ana Luiza Almeida Ferro é candidata à Academia Maranhense de Letras (AML), concorrendo à cadeira nº 5, cujo patrono é Celso Magalhães, também patrono do Ministério Público do Maranhão. O último imortal a ocupar a referida vaga foi o jornalista e escritor Clóvis de Queiroz Sena, falecido em 15 de fevereiro de 2011.

Com três livros de poesia lançados, “Odisséia Ministerial Timbira” (2008), “Versos e Anversos” (2002) e “Quando” (2008), e seis de conteúdo jurídico, Ana Luiza Almeida Ferro deseja ocupar a cadeira nº 5, como forma de prestar uma homenagem pública a Celso Magalhães, considerado pela escritora “um herói moderno, à frente de seu tempo”.

“Numa época em que estamos carentes de valores é salutar a manutenção da memória de Celso Magalhães. Ele é o patrono do nosso Ministério Público e foi um verdadeiro herói, por ter reunido diversas qualidades. Celso teve a coragem de sustentar uma acusação contra uma senhora de escravos, numa sociedade escravocrata, e pagou caro por isso”, afirmou.

A promotora de Justiça destacou que outra motivação importante para a candidatura à AML é o seu currículo literário. “Não estou me candidatando somente pela obra jurídica, mas, sobretudo, pelo trabalho literário. É um sonho pessoal, uma realização, dada, também, a minha formação em Letras”, completou a escritora.

Sobre a conciliação entre a linguagem poética e a teoria do Direito, Ana Luiza Almeida Ferro comentou: “Eu creio que no Direito a gente busca a Justiça, e a poesia é uma forma lúdica de procurar o sentimento de Justiça no mundo”.

A AUTORA

Formada em Letras e em Direito, pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Ana Luiza Almeida Ferro é promotora de Justiça, mestre e doutora em Ciências Penais, pela Faculdade de Direito, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A autora é professora de Direito do Centro Universitário do Maranhão (Uniceuma) e da Escola Superior do Ministério Público do Maranhão. Também é membro efetivo da Academia Maranhense de Letras Jurídicas (Cadeira nº 5) e da Academia Caxiense de Letras, na qual ocupa a Cadeira nº 9, e membro de honra da Sociedade Brasileira de Psicologia Jurídica (SBPJ). Integra, ainda, a Comissão Gestora do Programa Memória Institucional do Ministério Público do Maranhão, responsável pelo lançamento da obra Autos do processo-crime da Baronesa de Grajaú 1876-1877 (2009).

Possui diplomas de inglês, na University of Cambridge (Inglaterra), e de francês, na Université de Nancy II (França). Igualmente estudou italiano, espanhol e alemão. Cursou disciplinas de pós-graduação em literatura, particularmente a inglesa e a americana, na University of Oregon, em Eugene, Oregon, nos Estados Unidos, em 1991.

REFERÊNCIA

Ana Luiza Almeida Ferro é titular da 16ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital e responde pela 15ª Promotoria Criminal.

Na área jurídica, publicou os livros “O Tribunal de Nuremberg” (2002), “Escusas absolutórias no Direito Penal” (2003), “Robert Merton e o funcionalismo” (2004), “O crime de falso testemunho ou falsa perícia” (2004), “Interpretação constitucional: a teoria procedimentalista de John Hart Ely” (2008) e “Crime organizado e organizações criminosas mundiais” (2009). Em razão deste último, foi entrevistada no programa do Jô Soares, da Rede Globo, exibido em 26 de março de 2010. A publicação tem sido adotada em cursos de graduação e pós-graduação de algumas das melhores universidades brasileiras, a exemplo da Universidade Federal de Santa Catarina.

A obra tem recebido, ainda, entusiasmados elogios de eminentes juristas brasileiros, como Hugo Nigro Mazzilli e Fernando Fragoso. Hugo Nigro Mazzilli, comentando este e outro livro, considerou que tratam de “questões atualíssimas, abordadas com a proficiência e a cultura das dignas autoras”. O professor José Cláudio Marques Barboza Júnior, da Universidade Cândido Mendes (RJ), declarou que o livro é “o melhor do gênero já escrito”. O professor Ivan Luiz da Silva, igualmente autor de obra sobre o crime organizado, disse que a publicação é “a principal sobre o tema no país”.

Ademais, o livro “Crime organizado e organizações criminosas mundiais” foi uma das principais fontes, recentemente, de matéria sobre a Máfia e outras organizações criminosas mundiais da revista Aventuras na História, da editora Abril, edição de outubro de 2010.

POÉTICA

Em sua obra poética, a autora transita por diversos gêneros de poesia, a exemplo de sonetos, poemas rimados, poemas em versos brancos e até experimentos de concretismo. Os temas são também variados, abordando o amor, a solidão, a violência, a saudade, a fugacidade da vida, a inexorabilidade do tempo e a consciência da morte, o que demonstra a inquietação existencial da poeta.

“Odisséia Ministerial Timbira” é um exemplo de poema épico no qual discorre sobre a história do Ministério Público do Maranhão.

Em 2009, Ana Luiza Almeida Ferro teve os poemas “O náufrago”, “O náufrago II” e “O náufrago III” publicados na edição nº 30, da revista “Poesia Sempre”, editada pela Fundação Biblioteca Nacional, cuja curadoria foi realizada pelo poeta Marco Lucchesi, eleito recentemente para a Academia Brasileira de Letras.

A escritora foi premiada em vários concursos literários, a exemplo do Concurso Epistolar Internacional para jovens, promovido pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, do Concurso Jovem Embaixador 1983, promovido por O Globo, entre outras instituições, e do V Concurso Raimundo Correa de Poesia.

PATRONO

Nascido no município de Viana, Celso Tertuliano da Cunha Magalhães (1849 – 1879) tornou-se célebre como promotor público (antiga denominação dos promotores de Justiça) por ter movido um processo judicial contra Ana Rosa Viana Ribeiro, a Baronesa de Grajaú, pelo assassinato de um menino escravo.

O caso transformou-se em um dos mais famosos processos criminais do período, ocorrido em São Luís. Em 2009, o documento foi transcrito e publicado no âmbito do plano editorial do Programa Memória. O processo é um marco para o Ministério Público do Maranhão.

Redação: Eduardo Júlio (CCOM – MPMA)