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SÃO LUÍS – Combate à homofobia é tema de audiência pública

Publicado em 15/05/2014 18:56 - Última atualização em 03/02/2022 12:10

Componentes da Mesa de Abertura da Audiência Pública LGBT Procuradora de Justiça  Sandra Audiência na Audiência LGBT Público da 3ª Audiência Pública Anual LGBT  Audiência Pública LGBT  Audiência LGBT 05 Performance da Travesti Andressa SharonPublicado em 14.05.14

Com o tema “Políticas Públicas e Enfrentamento à Homofobia”, foi realizada na manhã desta quarta-feira, 14, na sede da Procuradoria Geral de Justiça, a 3ª audiência pública anual de combate à homofobia. O evento foi promovido pelo Fórum das Organizações LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros) do Maranhão, em parceria com o Ministério Público do Estadual.

Na avaliação da procuradora-geral de justiça, Regina Lúcia de Almeida Rocha, o debate sobre a diversidade sexual deve ser realizado em todos os espaços, a fim de evitar atos de violência e discriminação. “O Ministério Público também tem se preocupado com este tema. O respeito à dignidade de todos deve ser assegurado, independentemente da orientação sexual”.

Para a coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAOp-DH), Sandra Lúcia Mendes Alves Elouf, um dos caminhos para prevenir a homofobia seria a articulação entre órgãos públicos e sociedade civil em ações educativas. “Há múltiplas variáveis para conciliar as demandas do público LGBT diante de um cenário desfavorável de violência. Nesse contexto, o Ministério Público está à disposição para promover as articulações necessárias para assegurar o respeito aos direitos de tal segmento.”

Já o coordenador do Grupo Gayvota, Betinho Lima, denunciou a violência contra travestis e transexuais. “Em São Luís, as travestis que trabalham na rua são obrigadas a entregar parte da renda para policiais militares. Estou fazendo essa denúncia para chamar a atenção sobre esse problema. Além de toda a violência a que estão suscetíveis, elas ainda são extorquidas”.

No mesmo sentido, o presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB, Thiago Viana, enfatizou a violência contra as transexuais. “A maioria é expulsa de casa, da escola e seus planos de vida são abortados. Na prática, elas são empurradas para as drogas e prostituição, tratadas como cidadãs de segunda classe”. Por conta disso, segundo a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), 90% desse público se prostitui para sobreviver.

O sociólogo Alderico Segundo, representante do Fórum LGBT, destacou que as reivindicações do grupo têm tomado o espaço público, especialmente, pela mobilização da sociedade civil. O diálogo sobre preconceito, discriminação, diversidade, política e cidadania é o enfoque prioritário desse segmento. “A luta é para que todos possam usufruir do seu direito de forma igualitária. Lutamos por uma causa de pessoas.”

De acordo com o representante do Fórum LGBT, a ausência de um conselho estadual que trate do direito à diversidade sexual, a falta de preparo de profissionais da educação para lidar com essa temática e ausência de debates nas escolas, além do tratamento dispensado pelo sistema de segurança pública às vítimas de violência e discriminação são exemplos das falhas a serem sanadas. “O Estado deve ser o instrumento de promoção da dignidade humana, e não o contrário. Temos muitos desafios pela frente. Queremos respeito, solidariedade, paz e educação”, afirmou Segundo.

AUTORIDADES

Participaram do evento, o presidente da Associação do Ministério Público do Maranhão, José Augusto Cutrim Gomes; a supervisora de Intersetorialidade e Descentralização da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania, Tuane Soeiro; o tenente-coronel Lisboa, representando a Polícia Militar.

Redação: Johelton Gomes (CCOM-MPMA)

Fotos: Francisco Colombo (CCOM-MPMA)