
Na tarde desta quinta-feira, 25, foi realizado o encerramento das atividades de mais um grupo reflexivo para homens, no auditório das Promotorias de Justiça da Capital. O encontro foi conduzido pela titular da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher de São Luís, Selma Regina Souza Martins, que apresentou uma palestra sobre “Músicas com tom de violência contra a mulher”.
Ao todo, 22 homens integraram originalmente o grupo. As atividades foram conduzidas também pela servidora Mônica Nascimento e pelas psicólogas Letícia Linhares e Letícia Karen. Para cada turma, são realizados 10 encontros.
Ao longo das atividades, os participantes discutiram temas como a construção do conceito de masculinidade e sua ligação com a cultura em que estão inseridos; o uso de álcool e outras drogas, estabelecendo uma relação com a violência; questões de saúde, incluindo a saúde mental e as relações sociais; e a violência estrutural ao longo da história, bem como as suas influências no ambiente familiar.

Os grupos reflexivos estão previstos na Lei Maria da Penha, que estabelece, em casos de violência doméstica contra a mulher, que a Justiça determine o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. No Ministério Público do Maranhão, os grupos são realizados desde 2019 e já receberam mais de 500 participantes. Nenhuma reincidência foi registrada.
Sobre o êxito do programa, a promotora de justiça comentou: “No começo, eles entram receosos, mas no decorrer do curso, por volta da quinta aula, eles começam a modificar esta ideia e, no final, eles dizem que foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na vida deles. Portanto, os grupos reflexivos existem, na verdade, para que eles reflitam sobre as ações do passado, do presente e do futuro”.
Selma Regina também ressaltou que o programa instituído pelo MPMA tem buscado novas parcerias com instituições, principalmente da área de educação, para ampliar o alcance do programa. “A gente quer descentralizar, porque quanto mais curso existir, melhor. Hoje, a lei diz que todos os homens têm que participar, mas nós não temos grupo para todo mundo. Então, o ideal é que ele vá procurar um perto de casa, perto do serviço, para que ele consiga receber o que o grupo pode fornecer”, concluiu.
Redação: CCOM-MPMA