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SÃO LUÍS – Roda de conversa com jornalista da Globo encerra Mês da Mulher

Publicado em 23/03/2024 10:49 - Última atualização em 23/03/2024 10:49

Tábata Poline abordou sua trajetória familiar, educacional e profissional

A programação de encerramento do Mês da Mulher no Ministério Público do Maranhão foi marcada pela roda de conversa com a jornalista da TV Globo Tábata Poline. O evento foi realizado na manhã desta sexta-feira, 22, no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, em São Luís, reunindo membros e servidores da instituição, além de convidados.

Ao dar as boas-vindas, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência de Gênero (CAO-Mulher), Selma Regina Souza Martins, agradeceu o apoio da administração superior às atividades de defesa do público feminino e destacou avanços e desafios na sociedade brasileira. “Nós não cabemos em um dia só, nem em um mês. Precisamos do ano inteiro para mostrar nosso valor e protagonismo”.

Em seguida, a procuradora de justiça do Amapá, conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e ouvidora nacional, Ivana Cei, agradeceu a oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido pelo MPMA e o incentivo ao empoderamento feminino. “Precisamos continuar incentivando outras mulheres e daí o papel essencial do Ministério Público como defensores da sociedade, como ouvidores da sociedade”.

Membros e servidores do MPMA, além de estudantes e convidados acompanharam a roda de conversa

A presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Iracema Vale, que é a primeira mulher a chefiar a instituição em 188 anos, agradeceu ao Ministério Público por todo o trabalho desenvolvido para acolher todas as mulheres vítimas de violência. “Em nome do povo do Maranhão, eu agradeço por incentivar e apoiar as mulheres”.

Para o procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, a educação é um instrumento estratégico de superação e ascensão social das mulheres. “Vocês, mulheres, são nossos exemplos e o MP está aqui para apoiá-las”.

O evento também contou com a Feira MA Pretas e com as apresentações do Coral Vozes do MP e da cantora Vanessa Furtado.

RODA DE CONVERSA

Com apresentação feita pela promotora de justiça Selma Regina Martins, a roda de conversa trouxe a jornalista mineira Tábata Poline, repórter do Fantástico, tendo como mediadoras a jornalista do MPMA Fabíola de Mesquita e a promotora de justiça Alline Matos Pires.

Abertura da atividade contou com participação de autoridades do MPMA e de outras institituições

Abrindo o debate, Fabíola de Mesquita comentou sobre desigualdade de gênero. “Cada mulher aqui presente ao longo de sua vivência cotidiana é capaz de reconhecer os modos dessa desigualdade. O nosso desafio, de forma individual e coletiva, é encontrar estratégias para superar a desigualdade de gênero e, nessa caminhada, o empoderamento feminino surge como uma estratégia para darmos início para o que eu chamo de mudança real”.

Em seguida, a promotora de justiça Alline Matos Pires, que trabalha há 25 anos como membro do Ministério Público do Maranhão, contou parte de sua trajetória na instituição. “O universo da mulher é um universo de luta e de resistência, que refletem a trajetória de todas nós. É uma grande responsabilidade falar um pouco da condição de mulher, da carreira e da nossa vida, da conquista dos espaços de poder e de todos os desafios que tivemos que enfrentar para ocupar esse lugar”, afirmou.

SUPERAÇÃO

Nascida dentro de uma família da periferia de Belo Horizonte, Tábata Poline, 36, narrou toda a sua trajetória familiar, educacional e profissional, marcada por muitas dificuldades e conquistas. Até chegar a ser repórter do Fantástico, tendo conquistado premiações nacionais nas áreas de Jornalismo e Direitos Humanos, a palestrante superou muitos obstáculos, principalmente sociais, e muitos preconceitos por ser negra e mulher.

Roda de conversa encerrou Mês da Mulher no MPMA

“Eu tive uma infância marcada por muitas ausências. Comecei a trabalhar aos 12 anos e sou bisneta, neta e filha de diaristas. Eu estou aqui hoje graças às muitas casas que minha mãe e minha avó limparam e não há nada de errado nisso. As pessoas, principalmente em nossa cultura, têm mania de depreciar a prestação de serviço”.

A respeito de sua trajetória profissional na área de Comunicação, Tábata Poline contou que inicialmente atuou como relações públicas, mas sempre sonhou em ser repórter, tendo sido incentivada por uma professora na juventude. Para isso, elaborou, quando trabalhava como produtora de TV, um projeto de um programa jornalístico semanal, Rolê das Gerais, cujo enfoque era destacar conquistas de pessoas moradoras de bairros da periferia.

Depois de várias tentativas, a ideia foi acolhida pela filial da TV Globo de Minas. O programa ganhou destaque local e nacional tendo recebido o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. Também foi por meio desse programa que Tábata Poline se tornou repórter do Fantástico.  

Programação incluiu Feira MA Pretas na Procuradoria-Geral de Justiça

“O programa aborda diversos assuntos como moda, cultura, gastronomia, política, religião, na perspectiva de quem constrói esse país. Então, a gente começou a entender que nesses espaços existem muitas potências, que muitas vezes a sociedade não escuta. Eu me orgulho muito desse projeto, porque se tornou referência para o pais”.

No final da palestra, ela reafirmou a necessidade de buscar a transformação social, por meio do trabalho. “Em boa parte da minha vida o que me motivou foi a raiva de conviver com tanta injustiça. Fui me alimentando de muitas revoltas, porque não está certo uma criança não ter o que comer, não poder estudar, ter que trabalhar e sofrer violência”, disse.

E concluiu: “Eu acredito que com o meu trabalho eu consigo mobilizar pequenas transformações. Eu consigo impactar a vida de alguém, lançar uma semente que vai impulsioná-la a seguir algum caminho e fazer alguma coisa”.

Redação: Johelton Gomes e Eduardo Júlio (CCOM-MPMA)  

Fotos: Rodrigo Freitas (CCOM-MPMA)