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Tragédia da boate Kiss é tema de palestra na ESMP

Publicado em 14/04/2023 17:15 - Última atualização em 14/04/2023 18:25

Lúcia Callegari contou todas as etapas da investigação e os obstáculos que encontrou

Na manhã desta sexta-feira, 14, a Escola Superior do Ministério Público do Maranhão (ESMP), em parceria com o Centro de Apoio Operacional do Tribunal do Júri (CAO-Júri), promoveu as palestras “Tribunal do Júri e Direito das Vítimas: o caso da boate Kiss”, com a promotora de justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul Lúcia Helena Callegari, e “Implementando a Lei n° 13.425/17 na ordem urbanística municipal – Evitando tragédias como a da boate Kiss”, com o promotor de justiça do MPMA, Luís Fernando Barreto, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural do MPMA.

As atividades foram apresentadas no Centro Cultural e Administrativo do MPMA e também foi transmitida por meio digital. Membros, assessores e servidores da instituição acompanharam as exposições.

Membros do MPMA recepcionaram e apresentaram a promotora de justiça do MPRS
Membros do MPMA recepcionaram e apresentaram a promotora de justiça do MPRS

Na abertura, a diretora da ESMP, Karla Adriana Farias Vieira, afirmou: “É uma satisfação enorme estarmos aqui para receber esta promotora de justiça que tanto orgulha o Ministério Público brasileiro. É uma voz feminina muito forte. Eu sei que os colegas vão apreciar muito o relato que a senhora vai apresentar”.

Em seguida, a promotora de justiça Gabriela Brandão Tavernard, da Comarca de Paço do Lumiar, entregou o livro “O Caso dos Meninos Emasculados do Maranhão”, processo em que atuou. “Aqui você poderá ver um pouco do nosso trabalho. Somos todos Ministério Público”, enfatizou, durante a entrega, Gabriela Tavernard.

O promotor de justiça Sandro Lobato Carvalho de Lobato (coordenador do CAO-Júri) também destacou a importância da palestrante no cenário do Ministério Público brasileiro. “Esta atividade não vai abordar somente questões relativas ao Júri, mas também o direito das vítimas, que é um tema de âmbito nacional do Ministério Público. Além disso, estamos diante de uma expoente da instituição que atua em casos de alta complexidade, cujos julgamentos duram semanas”, ressaltou.

Gabriela Tavernard, titular da Comarca de Paço do Lumiar, entregou o livro “O Caso dos Meninos Emasculados do Maranhão" a Lúcia Callegari
Gabriela Tavernard, da Comarca de Paço do Lumiar, entregou o livro “O Caso dos Meninos Emasculados do Maranhão” a Lúcia Callegari

Por fim, o promotor de justiça Carlos Henrique Rodrigues Vieira, diretor da Secretaria de Planejamento e Gestão, igualmente classificou a atuação da promotora de justiça do Rio Grande do Sul como emblemática. “Ela atua nesses casos que necessitam dessa força, dessa fortaleza, que vai além do que a gente aprende no ambiente acadêmico. A nossa palavra agora é de agradecimento”, concluiu.

PROCESSO

Em sua palestra, Lúcia Helena Callegari contou que foi convidada para atuar no processo da tragédia boate Kiss, ocorrida na cidade de Santa Maria (RS) em 2013, e as dificuldades que enfrentou, ao longo dos trabalhos de investigação, entre as quais o descontentamento das famílias das vítimas com o Ministério Público, causado pela disseminação de uma informação falsa.  

“Assumi esse processo em um momento desfavorável. Não tinha a dimensão do tamanho e havia um obstáculo que era a descrença das famílias no trabalho do Ministério Público”, disse.

Na época, foi divulgado que o Ministério Público tinha determinado a colocação da espuma no revestimento da boate, que causou a fumaça tóxica, o que não correspondia à verdade.

Também relatou como estudou gradualmente o caso e tomou conhecimento sobre dos detalhes da tragédia. Uma das primeiras fontes importantes foram as matérias e reportagens da imprensa.

O incêndio na casa noturna, na madrugada de 27 de janeiro de 2013, causou a morte de 242 pessoas, na maioria jovens, e deixou mais de 600 feridos.

Com mais de 100 mil folhas, o documento levou a júri os réus Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão. Os quatro foram condenados, após dez dias de julgamento, em 2021, por homicídio e tentativa de homicídio simples com dolo eventual. O julgamento foi anulado em agosto de 2022 pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

LEGISLAÇÃO

Por conta a tragédia de Santa Maria, foi publicada a Lei Federal n° 13.425/17, conhecida popularmente como Lei Kiss, que estabelece diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos comerciais, em edificações e áreas de reunião de público.

Redação: CCOM-MPMA